Eu nunca fui fã de poemas. Tem gente que vai me perguntar "Sério?" e eu vou responder que sim. Nunca foi a minha paixão. Por incrível que pareça, eu, uma pessoa com mais de 140 poemas escritos nunca fui fã deles. Eu sei, mas é. O poema é algo tão pessoal. Eu leio um, entendo de uma forma, meu professor entende de outra forma, minha amiga de outra. É extremamente pessoal. É algo do poeta, é um pedaço.
Há dois anos eu escrevi um poema chamado O Beco. Com ele eu resolvi criar uma série, uma trilogia, de três poemas que falam de algo tão presente em nossas vidas, tão sempre lá... Os obstáculos. Um Beco sem saída. um Poço sem fim, a Pedra no seu caminho. Três obstáculos.
Depois de umas semanas, eu consegui criar O Poço, o segundo poema. E eu o amei, o amei demais. Eu o amei mais que O Beco. Então dois anos se passaram sem que eu conseguisse escrever o último poema, A Pedra. Não saia de jeito nenhum! Era como se eu estivesse com bloqueio poético só para esse poema. Mas há umas duas semanas, eu peguei o arquivo no bloco de notas e comecei a escrever. E aí saiu A Pedra, o meu bebê, minha menininha linda. Eu escrevi muitos poemas, mas na minha opinião, esse é um dos melhores. Dos que eu mais amo.
Eu vou postar A Pedra aqui, porque eu acho que a mensagem que ela passa, é a mensagem que todo mundo deveria ler, parar e pensar, e agir. Passar, porque mesmo no fim, com a pedra lá, a única pessoa que vai tirá-la do meio do seu caminho é você mesmo.
A Pedra
Parada, ela continua ali, apenas observando
E não se importa com mais ninguém
Porque se alguém a nota, ela se fortifica
Ela é a Pedra, nada mais.
Ela se mete em meu caminho e acaba com os sonhos
De uma pessoa que já não os possui
Mas a Dor não importa, não a ela.
Porque ela é a Pedra, nada mais.
Quando eu olho para a frente, lá está ela.
Solitária, mas tenebrosa. Imóvel, mas cruel.
Porque é ela, pessoa amada,
A Pedra é meu capataz.
Mas por que, deveria eu, continuar quando
Eu sei que ela está lá, e não sozinha
E sim com suas amigas,
As Pedras infernais? Jamais.
Caminhar numa estrada vazia e avistá-la lá.
Um incômodo constante, maldita e cruel Pedra.
Caminhar, seguir em frente até ela aparecer.
Dar passos para trás? Mudar o curso da rota? Oh, a Pedra.
Eu posso correr ou posso voar,
Mas sempre haverá uma maldita no caminho
Ou uma mão a atirar
A merda da Pedra, e nada mais.
É como se eu pudesse vê-la em puro prazer,
Mostrar-me os dentes, a alegria de me ver parar.
Eu pergunto se ela poderia sair do meu caminho.
A Pedra sorri e diz "Jamais".
Eu só vejo a Pedra, para sem se importar com a minha dor.
Ela ri da minha tristeza, de meu sofrimento e continua em meu caminho.
E no fim do dia, eu só tenho a mim para culpar.
A Pedra é minha e nada mais.
Mas por que, não poderia eu, simplesmente apanhá-la?
Por que continuo eu dando tanta importância a ela?
Ela cabe na palma da mão, é leve, a dor é maior.
A Pedra é tua, minha não mais.
A mesma mão que a joga é a que acaricia.
A minha mão que a pega, é a que se livra dela.
Enterre a Pedra no passado, esqueça, mas não perdoe.
Segure o seu medo, e ria comigo, pois somos idiotas.
A Pedra me encara quando eu a pego e grita com raiva.
Ela não entende que eu sou maior, que a força sou eu.
Ela parece não perceber que a vida é minha.
A Pedra só quer a minha dor.
O Beco me magoou demais.
O Poço não me destruirá jamais.
A Pedra não me incomodará nunca mais.
Eu sinceramente espeço que mais alguém tire um proveito do poema, e faça como ele disse. Livre-se da Pedra você mesmo.
Perfeito! Lindo! Sem palavras para o poema!
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